Saúde Animal: Raiva

Quase todas as pessoas e até mesmo os animais têm aversão a algo. Pode ser o trânsito lento, uma banda pop ou outras irritações do cotidiano. Isso também inclui os pets e alguns animais selvagens, que frequentemente demonstram medo ou desconforto diante de certos odores ou barulhos. Esses comportamentos são normais.

No entanto, a raiva mencionada aqui não é uma emoção, mas sim uma doença viral grave que afeta mamíferos, incluindo humanos, e é causada por um vírus do gênero Lyssavirus. Essa doença compromete o sistema nervoso central e, se não tratada, pode ser fatal.

Há muito tempo, a raiva tem causado mortes tanto de animais quanto de humanos ao longo da história. Mesmo nos dias atuais, ainda são registrados inúmeros casos de infecção, tanto em pessoas quanto em animais, sejam eles domésticos ou selvagens.

Características

Transmissão:

A transmissão da raiva ocorre quando os vírus da raiva existentes na saliva do animal infectado penetram no organismo através da pele A raiva é transmitida principalmente pela mordida, arranhão ou lambedura de animais infectados, como cães, gatos, morcegos e outros mamíferos.

Ciclo da Doença

Após a entrada no corpo, o vírus se multiplica no local da infecção e viaja pelo sistema nervoso até o cérebro, onde causa encefalite.

Sintomas

Os sintomas da raiva em animais incluem: dificuldade para engolir, salivação excessiva, mudanças de comportamento, maior agitação do que o normal e, em alguns casos, agressividade. Além disso, podem ocorrer alterações nos hábitos alimentares e paralisia das partes traseiras.

Embora a hidrofobia (medo de água) seja um sintoma clássico em casos avançados de raiva em humanos, em animais infectados a manifestação costuma ser diferente. Em vez de apresentarem um medo explícito da água, os animais podem demonstrar dificuldade para engolir e alterações comportamentais associadas à infecção.

Os sintomas em seres humanos: Nos seres humanos e é quase sempre fatal após o aparecimento dos sintomas. Os sintomas da raiva em humanos geralmente se desenvolvem em duas fases principais:

Fase Prodrômica (Início dos Sintomas)

  • Febre
  • Dor de cabeça
  • Mal-estar geral
  • Fadiga
  • Desconforto ou formigamento no local da mordida
  • Perda de apetite
  • Náuseas e vômitos

 Fase Neurológica Aguda

  • Ansiedade e agitação
  • Confusão mental
  • Agitação intensa
  • Alucinações
  • Hidrofobia (medo de água)
  • Aerofobia (medo de ar fresco ou correntes de ar)
  • Espasmos musculares
  • Paralisia progressiva
  • Dificuldade para engolir
  • Convulsões
  • Coma

Fase Comatosa e Morte

  • Coma profundo
  • Falência de múltiplos órgãos
  • Morte, geralmente devido à insuficiência respiratória

Prevenção

Vacinação de animais domésticos: É a principal medida de controle.

Vacina antirrábica para humanos: Indicada para pessoas expostas ou em áreas de risco.

Evitar contato com animais silvestres ou desconhecidos.

Tratamento

Após a exposição ao vírus, é crucial buscar atendimento médico imediato para iniciar o protocolo pós-exposição, que inclui:

  • Limpeza imediata do local da ferida com água e sabão;
  • Aplicação da vacina antirrábica e, em alguns casos, soro antirrábico.

Considerações

A raiva é uma doença grave que não afeta apenas os humanos. Ao observar um animal silvestre com sintomas suspeitos, é fundamental informar imediatamente os órgãos competentes, que tomarão as devidas providências para o controle da doença. É importante evitar o contato com determinados animais, especialmente os de rua (pets abandonados) ou silvestres, como saguis, morcegos, capivaras e outros.

A raiva é uma emergência médica. Se houver suspeita de exposição ao vírus da raiva, como em casos de mordida ou arranhão de um animal possivelmente infectado, é essencial buscar atendimento médico imediato. A profilaxia pós-exposição, que inclui a administração de vacinas, pode prevenir o desenvolvimento da doença.

A rapidez no tratamento é crucial, pois a raiva é extremamente perigosa e, na maioria dos casos, fatal. No Brasil, há apenas um registro de sobrevivência após o desenvolvimento da doença, mas a pessoa ficou com sequelas graves. Portanto, a prevenção é a melhor forma de proteção.

Não deixe para depois: vacinar-se e tomar as devidas precauções são atitudes que salvam vidas. Afinal, evitar a raiva transmitida por animais é muito mais importante do que lidar com os pequenos aborrecimentos do dia a dia, como a “raiva” no trânsito ou no trabalho.