
Quem nunca teve um cão, gato ou ave e notou pequenos insetos correndo entre os pelos ou penas desses animais? Infelizmente, é comum ver um cão, mesmo que doméstico, coçando-se de maneira incessante, incomodado pelas pulgas incômodas que percorrem sua pele e seus pelos.
Essa situação, especialmente entre as classes mais pobres, é muitas vezes enfrentada como algo cotidiano, com cães e gatos infestados sendo tratados como uma questão sem muita importância. No entanto, a presença de pulgas vai além do desconforto: trata-se de um problema significativo para a saúde animal, que exige atenção e cuidados adequados.
Características
As pulgas são de tamanho reduzido, medindo entre 1 e 8,5 milímetros. Não possuem asas, têm o corpo lateralmente achatado e geralmente apresentam coloração escura. Suas pernas longas são especializadas para saltar grandes distâncias, uma habilidade que as ajuda a alcançar seus hospedeiros com facilidade.
Esses insetos são parasitas extremos, alimentando-se de sangue (hematófagos) de animais silvestres, humanos e, principalmente, de animais domésticos. Um fato impressionante é a sua resistência: as pulgas podem sobreviver por meses sem se alimentar. Quando encontram um hospedeiro, utilizam peças bucais adaptadas para perfurar a pele e sugar o sangue.
A reprodução das pulgas também é notável. Cada fêmea pode produzir cerca de 500 ovos, que são depositados no hospedeiro e dispersos pelo ambiente. Os ovos podem se alojar em quase qualquer lugar, seja em ambientes domésticos ou silvestres. Após um período de 10 a 12 dias, as larvas eclodem e se alimentam de restos de pele e outros dejetos. Essas larvas passam por três estágios de muda antes de formarem casulos e entrarem na fase de pupa. Após essa etapa, emergem como pulgas adultas prontas para parasitar novamente.
Como os animais são parasitados

Um animal pode pegar pulgas de várias maneiras, geralmente pelo contato direto ou indireto com outros animais ou ambientes infestados. As pulgas buscam calor e dióxido de carbono, sinais de um hospedeiro adequado. Assim, quando um animal passa por perto, elas detectam esses sinais e pulam para ele.
Contato direto com outros animais
- Animais infestados, como cães, gatos ou até mesmo animais silvestres, podem transferir pulgas ao entrar em contato com outros animais saudáveis.
Ambientes infestados
- Pulgas adultas ou seus ovos, larvas e pupas podem estar presentes no ambiente, como em carpetes, móveis, camas de animais, quintais ou solos.
- Quando o animal passa por esses locais, as pulgas podem saltar para o novo hospedeiro.
Pelo contato com humanos
- As pulgas podem grudar na roupa ou nos sapatos de uma pessoa que esteve em um local infestado e, posteriormente, serem levadas até o animal.
Exposição em áreas externas
- Durante passeios em parques, trilhas ou jardins, o animal pode entrar em contato com pulgas presentes na grama, terra ou folhas secas, onde os ovos e larvas frequentemente se desenvolvem.
Qual os males que as pulgas podem causar aos animais.

As pulgas podem causar diversos problemas de saúde nos animais, variando de irritações leves a doenças graves.
Coceira e irritação na pele
- A saliva das pulgas contém substâncias irritantes que podem causar coceira intensa e vermelhidão na pele.
- Alguns animais desenvolvem uma reação alérgica grave à saliva das pulgas, resultando em dermatite.
Dermatite alérgica à picada de pulga (DAPP)
- Os sintomas incluem coceira intensa, perda de pelos, lesões cutâneas e áreas inflamadas, especialmente na região lombar, base da cauda e abdômen.
Anemia
- Infestações severas de pulgas podem causar anemia, especialmente em filhotes, animais pequenos ou debilitados, já que as pulgas consomem sangue constantemente.
Doenças transmitidas por pulgas
- Pulgas podem transmitir doenças, como:
- Bartonelose (causada pela bactéria Bartonella henselae), mais comum em gatos.
- Hemoplasmoses, infecções bacterianas que afetam o sangue e podem levar à anemia severa, especialmente em gatos.
- Mycoplasma, que também afeta os glóbulos vermelhos.
Estresse e desconforto
- Infestações severas de pulgas podem causar estresse, irritabilidade e alterações no comportamento do animal devido ao desconforto contínuo.
Perigosas também para os humanos

Pulgas também podem picar humanos e outros animais da casa, causando coceiras, alergias e até transmissão de doenças como a tungíase (infestação de bicho-de-pé em regiões específicas).
Considerações

A prevenção e o controle de pulgas devem ser realizados de forma contínua, garantindo um ambiente limpo e seguro para os pets. É essencial seguir as orientações de um veterinário, utilizando tratamentos regulares, como antipulgas tópicos, comprimidos ou coleiras preventivas. Além disso, é fundamental limpar frequentemente os locais onde o animal dorme, aspirar tapetes e lavar a cama do pet com regularidade.
Em casos de infestações ou sinais de doenças, procure orientação profissional imediatamente. A prevenção é a maneira mais eficaz de evitar problemas relacionados às pulgas, que, apesar de pequenas, podem causar grandes preocupações para a saúde dos animais. Embora muitas vezes tratadas como algo trivial, as pulgas devem ser combatidas de forma constante e séria, garantindo uma melhor qualidade de vida para o seu bichinho de estimação.